BRASÍLIA - O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta sexta-feira (26/9) que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump devem trabalhar para fortalecer a relação dos dois países, no encontro que deve acontecer neste domingo (26/10), na Malásia. A reunião ainda não consta nas agendas oficiais dos dois presidentes.
"A expectativa é positiva. Encontro de dois líderes que irão defender os seus países e trabalhar para fortalecer a relação Brasil-Estados Unidos. Acho que tem uma avenida aí pela frente", disse a jornalistas, durante evento em memória aos 50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog pela ditadura militar.
Em relação à expectativa sobre os temas que devem ser tratados no encontro, Alckmin, que também é ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), apontou as tarifas, data centers e terras raras.
"Olha, o presidente Lula falou que não há tema proibido. Você tem temas tarifários, e aí o Brasil tem uma tarifa baixíssima com os Estados Unidos, dos 10 produtos que eles mais exportam, oito, a tarifa é zero, é ex tarifária. A tarifa média 2,7%. Você tem temas não tarifários podem ser discutidos", destacou.
"Você tem outros temas como data center. Já foi feita a medida provisória do Redata. Isso é um estímulo forte para trair data center. Você tem estado americano que proibiu data center porque não tem energia. Então falta energia. O Brasil tem energia abundante e renovável. Você tem, terras raras, você tem uma pauta aí extensa de possibilidades de parceria, de ganha-ganha".
Alckmin fez referência à Medida Provisória que cria o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter no Brasil, o Redata, editada em setembro pelo governo. A proposta busca impulsionar o crescimento nacional em áreas estratégicas da Indústria 4.0, tais como computação em nuvem, inteligência artificial, smart factores e Internet das Coisas, ampliando a capacidade brasileira de armazenagem, processamento e gestão de dados.
Encontro de Lula com Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que deve se encontrar com o presidente Lula (PT) na Malásia. A expectativa é que os dois se reúnam neste domingo (26/10). Lula disse que "trabalha com otimismo" para buscar uma solução e resolver os impasses entre os dois países.
"Não tem exigência dele e não tem exigência minha ainda. Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução. Então pode ficar certo que vai ter uma solução", afirmou em entrevista a jornalistas na chegada de um compromisso no país asiático.
Em agenda anterior, Lula destacou que pode discutir qualquer assunto com Trump. "Não existe veto a nenhum assunto. Não tem assunto proibido para um país do tamanho do Brasil conversar com um país do tamanho dos Estados Unidos. Podemos discutir de Gaza à Ucrânia, de Rússia a Venezuela, materiais críticos, minerais, terras raras. Qualquer assunto", afirmou o petista.
Enquanto embarcava nos EUA rumo à Malásia, Trump foi questionado se encontraria Lula e respondeu: "Acredito que sim". O norte-americano também foi indagado se reduziria as tarifas de 50% aplicadas a produtos brasileiros, e informou que "sob as circunstâncias certas".