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Tarcísio tenta distensionar relação com o STF após ataques aos ministros
Geral 29/10/2025 00:13 Relevância: 15

Tarcísio tenta distensionar relação com o STF após ataques aos ministros

BRASÍLIA - Após faltar à posse do ministro Edson Fachin como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o visitou, nesta terça-feira (28/10), em busca de distensionar a relação. Cotado como herdeiro do espólio eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio atacou o STF no último mês, em ato de 7 de setembro.
Ao lado da procuradora-geral de Justiça de São Paulo, Inês Coimbra, Tarcísio foi recebido por Fachin já à noite após visitar o ministro Kassio Nunes Marques e o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marco Aurélio Bellizze ao longo da tarde. O procurador de Justiça Leonardo Cocchieri também participou da série de agendas.
Apesar de estar em Brasília (DF) durante a posse de Fachin, em 29 de setembro, Tarcísio visitou Bolsonaro, em prisão domiciliar há cerca de três meses, no dia. Ao contrário do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), que destacou o vice-governador Darci Pana (PSD) como representante após se ausentar, o governador de São Paulo não enviou ninguém para representar o Palácio dos Bandeirantes.
Fachin foi empossado como presidente do STF cerca de 20 dias após os ataques de Tarcísio ao STF. Em discurso em tom eleitoral durante o ato na avenida Paulista, o governador afirmou que há uma "ditadura de um Poder sobre o outro". "Nós não vamos aceitar", afirmou. "É isso o que nós precisamos defender. Chega, chega do abuso. Chega", acrescentou.
Ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e do pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo Silas Malafaia, Tarcísio ainda subiu o tom contra o ministro Alexandre de Moraes. "Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo neste país", frisou.
Decano do STF, o ministro Gilmar Mendes veio a público para rebater Tarcísio e afirmou que não há "ditadura da toga" no Brasil. "Tampouco ministros agindo como tiranos. O STF tem cumprido seu papel de guardião da Constituição e do Estado de Direito, impedindo retrocessos e preservando as garantias fundamentais", disse.
Tarcísio adotou o tom a quatro dias da condenação de Bolsonaro pela Primeira Turma a 27 anos e três meses de prisão por golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado, por grave ameaça ou violência, ao patrimônio e deterioração de patrimônio tombado.
De acordo com o governador, o STF teria condenado Bolsonaro "sem nenhuma prova". "Eles têm uma única delação, de um colaborador que mudou a versão seis, sete vezes, em três dias, sob coação. Essa delação vale para alguma coisa? Uma delação mentirosa", criticou Tarcísio, ainda durante o discurso na Paulista, em referência à delação do tenente-coronel Mauro Cid.
O governador permanecerá em Brasília nesta quarta, quando irá à cerimônia de filiação do presidente da Frente Parlamentar de Apoio à Agropecuária, Pedro Lupion (PR), ao Republicanos. Deputado federal, Lupion é filiado ao PP. Tarcísio encontrará na cerimônia o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que também estará presente.

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