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Padilha desiste de ir à ONU após restrições dos EUA: 'É inaceitável'
Entretenimento 19/09/2025 23:02 Fonte: O TEMPO Por: O TEMPO Relevância: 15

Padilha desiste de ir à ONU após restrições dos EUA: 'É inaceitável'

BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta sexta-feira (19/9) que desistiu de viajar aos Estados Unidos, após o governo dos Estados impor restrições à sua circulação na cidade de Nova York.
Segundo ele, as condições são "inaceitáveis" diante da agenda que ele teria no país, como a Conferência da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), que será em Washington.
"As restrições inviabilizam a presença do ministro da Saúde do Brasil para as atividades que ele precisa fazer parte", destacou, em entrevista à Globonews.
"É inaceitável as condições porque eu sou o ministro da Saúde do Brasil, quando vou a um evento como esse, preciso ter plena possibilidade de participar de todas as atividades que somos convidados", disse.
A autorização concedida pelo governo de Donald Trump estabelece que a movimentação de Padilha e familiares que o acompanharem ficará limitada a cinco blocos a partir do local de hospedagem e nas rotas entre o hotel, a sede da ONU e a missão do Brasil junto às Nações Unidas. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Na entrevista à Globonews, Padilha citou também que teria na agenda nos Estados Unidos visitas a hospitais parceiros do Brasil, a instituições de pesquisa, a indústrias norte-americanas que podem trazer investimentos ao Brasil, além da conferência da OPAS.
Padilha afirmou que planejava anunciar, no evento, um reforço financeiro do Brasil a um fundo estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde para a compra de vacinas e medicamentos contra o câncer a preços mais baixos para todo o continente americano.
O ministro disse ainda que a "atitude absurda" dos EUA não intimidará o Brasil e que a resposta será atrair mais investimentos para a produção de vacinas e tecnologia no país.
"Nossa ação internacional vai continuar. Eles até podem impedir a presença do ministro, mas a ideia da defesa da ciência, da defesa da vacina [...] esse presidente dos Estados Unidos não vai conseguir impedir."
'Não sou procurado da Interpol', criticou Padilha
Mais cedo, questionado por jornalistas em um evento, Alexandre Padilha criticou as restrições. "Não sou um procurado da Interpol, nem condenado a nada".
O Itamaraty informou que pediu a intervenção da ONU para reverter a decisão dos EUA.
No dia 15 de agosto, a família de Padilha recebeu um comunicado do Consulado-Geral dos Estados Unidos em São Paulo cancelando os vistos norte-americanos da filha e da mulher do ministro. Ele não foi atingido porque o seu visto perdeu a validade no ano passado.
De acordo com nota divulgada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, a retaliação é em razão da "cumplicidade com o esquema de exportação de mão de obra do regime cubano, no âmbito do programa Mais Médicos".
O secretário de Estado norte-americano também determinou o cancelamento dos vistos dos brasileiros ligados ao programa. Entre eles, Mozart Julio Tabosa Sales, hoje secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, que atuou como assessor de Relações Internacionais da pasta.

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