
Musica
28/09/2025 10:31
Fonte: Diário do Nordeste
Por: Diário do Nordeste
★
Relevância: 20
Megaespetáculo ao ar livre em Canindé conta vida de São Francisco - Verso - Diário do Nordeste
Se Deus é brasileiro, São Francisco é cearense. Embora nascido na Itália no século XIII, o frade católico é uma das maiores representações da fé cristã no Ceará, a ponto de ter um município inteiro devotado a ele.
Canindé, não à toa, será palco de um espetáculo capaz de recontar a trajetória dessa figura tão inspiradora quanto contemporânea, presente em reflexões indispensáveis sobre amor, simplicidade, entrega e, sobretudo, justiça social.
"Francisco: O Homem Santo" fica em cartaz de 28 de setembro a 3 de outubro, ao lado do Convênio Santo Antônio. O projeto nasce de uma pesquisa artística e espiritual sobre a vida de São Francisco de Assis, idealizada pelo dramaturgo Rômulo Magalhães, criador do texto. E acontece 16 anos após ele participar da primeira versão da peça.
Desta vez, a estrutura impressiona. O elenco conta com quase 300 pessoas - entre atores, figurantes, bailarinos e técnicos - e acontece ao ar livre num espaço cenográfico de grande porte, unindo palco, plateia e a própria paisagem da cidade. Cenas de guerras, festas, com animais, luzes e efeitos especiais integram a experiência.
"Há uma movimentação que envolve transporte, hospedagem e infraestrutura para artistas de Fortaleza e de Canindé, além da contratação de marceneiros, costureiras, pintores cênicos, artesãos e técnicos locais", dimensiona Ronaldo Agostinho, diretor da montagem.
Segundo ele, o grandioso número mistura teatro, música e religiosidade popular para narrar a trajetória de São Francisco desde a juventude até a santificação em uma Canindé que está para além do cenário, mas se inscreve como personagem vivo. Nesse trajeto, importa enfatizar o processo de conversão do homem e os desafios enfrentados no terreno espiritual.
"Contar a história de São Francisco hoje é falar de simplicidade, paz, respeito à natureza, contra homofobia, xenofobia e racismo. Em tempos de crise ambiental e social tão grandes, esse espetáculo é de extrema importância. A produção espera que o público se reconheça nesse chamado".
Outro atributo da montagem que salta aos olhos é o elenco, com nomes como Letícia Sabatella e Silvero Pereira na equipe. Este último, colunista do Diário do Nordeste, é intérprete de Jesus Cristo, e recebeu o convite com carinho devido à devoção por São Francisco e pela cidade de Canindé.
"Aceitei o desafio de representar Jesus Cristo na possibilidade de, além de levar minha arte, também vivenciar esse grande momento de fé e festa que envolve Canindé e o movimento dos romeiros", diz. Ao mesmo tempo, recorda que já fez uma romaria até a cidade junto à família quando criança e o ato, por si só, significou muito.
"Também sou apaixonado por animais, tenho quatro gatos, e essa relação de Francisco com o mundo animal também me traz conexão". Sintonia com o santo é o que não falta para o protagonista da peça, André Ximenes. Com preparação múltipla para estar na pele não apenas de um personagem, mas de uma pessoa que de fato existiu, ele se embebeu de livros, filmes e outras representações a fim de buscar uma assinatura própria e tão fidedigna quanto.
"Tive vivência com as pessoas a partir de trocas com os franciscanos em Canindé. Também com o meu irmão, que é um homem de muita fé, com o meu pai... É importante saber que não adianta você ler se não estiver aberto à vivência", situa. O resultado converte-se na chance de uma atuação forte e delicada, atenta aos desafios intrínsecos ao processo.
Para André, o principal deles era encontrar com a humanidade de um homem que queria ser santo, mas no sentido de ser espelho de Jesus. "Ele queria ser como Jesus, sentir a dor que Jesus sentiu na cruz, por isso recebe as cinco chagas, para sentir a dor pelo mundo, assim como Jesus sentiu. Há também a vivência da pobreza - não no sentido de romantizá-la, mas abrir mão da riqueza como única fonte de felicidade".
Tantos ensinamentos em um trabalho só, não à toa, fazem com que o ator tenha uma fina percepção: há um significado muito grande por trás desse encontro com Francisco. "Eu precisava encontrar esse santo pra ele resgatar em mim o que ele resgatou na igreja: fé na humanidade e no amor. Muito mais do que qualquer outra religiosidade, ele passa uma vida se dedicando a viver o amor, sobretudo aos pobres e esquecidos".
Não apenas São Francisco emergirá como inspiração para o público. Figuras como a de Santa Clara, interpretada pela jovem atriz Any Maia, de apenas 17 anos, igualmente deve fazer com que a plateia volte para casa diferente, afeita à ternura.
"Foi uma preparação muito especial. Procurei conhecer mais sobre a vida de Santa Clara, entender sua fé e doçura. Acho importante levar para o palco essa simplicidade e, ao mesmo tempo, a força que ela tinha", explica a artista. Responsabilidade e emoção, assim, andam juntas nesse ofício de disseminar ao mundo ensinamentos tão verdadeiros e essenciais.
"Acho que o espetáculo vai tocar muito o público porque fala de fé, amor e entrega. A história de São Francisco é inspiradora, e as pessoas se identificam com esse jeito verdadeiro e humano dele".
Canindé, não à toa, será palco de um espetáculo capaz de recontar a trajetória dessa figura tão inspiradora quanto contemporânea, presente em reflexões indispensáveis sobre amor, simplicidade, entrega e, sobretudo, justiça social.
"Francisco: O Homem Santo" fica em cartaz de 28 de setembro a 3 de outubro, ao lado do Convênio Santo Antônio. O projeto nasce de uma pesquisa artística e espiritual sobre a vida de São Francisco de Assis, idealizada pelo dramaturgo Rômulo Magalhães, criador do texto. E acontece 16 anos após ele participar da primeira versão da peça.
Desta vez, a estrutura impressiona. O elenco conta com quase 300 pessoas - entre atores, figurantes, bailarinos e técnicos - e acontece ao ar livre num espaço cenográfico de grande porte, unindo palco, plateia e a própria paisagem da cidade. Cenas de guerras, festas, com animais, luzes e efeitos especiais integram a experiência.
"Há uma movimentação que envolve transporte, hospedagem e infraestrutura para artistas de Fortaleza e de Canindé, além da contratação de marceneiros, costureiras, pintores cênicos, artesãos e técnicos locais", dimensiona Ronaldo Agostinho, diretor da montagem.
Segundo ele, o grandioso número mistura teatro, música e religiosidade popular para narrar a trajetória de São Francisco desde a juventude até a santificação em uma Canindé que está para além do cenário, mas se inscreve como personagem vivo. Nesse trajeto, importa enfatizar o processo de conversão do homem e os desafios enfrentados no terreno espiritual.
"Contar a história de São Francisco hoje é falar de simplicidade, paz, respeito à natureza, contra homofobia, xenofobia e racismo. Em tempos de crise ambiental e social tão grandes, esse espetáculo é de extrema importância. A produção espera que o público se reconheça nesse chamado".
Outro atributo da montagem que salta aos olhos é o elenco, com nomes como Letícia Sabatella e Silvero Pereira na equipe. Este último, colunista do Diário do Nordeste, é intérprete de Jesus Cristo, e recebeu o convite com carinho devido à devoção por São Francisco e pela cidade de Canindé.
"Aceitei o desafio de representar Jesus Cristo na possibilidade de, além de levar minha arte, também vivenciar esse grande momento de fé e festa que envolve Canindé e o movimento dos romeiros", diz. Ao mesmo tempo, recorda que já fez uma romaria até a cidade junto à família quando criança e o ato, por si só, significou muito.
"Também sou apaixonado por animais, tenho quatro gatos, e essa relação de Francisco com o mundo animal também me traz conexão". Sintonia com o santo é o que não falta para o protagonista da peça, André Ximenes. Com preparação múltipla para estar na pele não apenas de um personagem, mas de uma pessoa que de fato existiu, ele se embebeu de livros, filmes e outras representações a fim de buscar uma assinatura própria e tão fidedigna quanto.
"Tive vivência com as pessoas a partir de trocas com os franciscanos em Canindé. Também com o meu irmão, que é um homem de muita fé, com o meu pai... É importante saber que não adianta você ler se não estiver aberto à vivência", situa. O resultado converte-se na chance de uma atuação forte e delicada, atenta aos desafios intrínsecos ao processo.
Para André, o principal deles era encontrar com a humanidade de um homem que queria ser santo, mas no sentido de ser espelho de Jesus. "Ele queria ser como Jesus, sentir a dor que Jesus sentiu na cruz, por isso recebe as cinco chagas, para sentir a dor pelo mundo, assim como Jesus sentiu. Há também a vivência da pobreza - não no sentido de romantizá-la, mas abrir mão da riqueza como única fonte de felicidade".
Tantos ensinamentos em um trabalho só, não à toa, fazem com que o ator tenha uma fina percepção: há um significado muito grande por trás desse encontro com Francisco. "Eu precisava encontrar esse santo pra ele resgatar em mim o que ele resgatou na igreja: fé na humanidade e no amor. Muito mais do que qualquer outra religiosidade, ele passa uma vida se dedicando a viver o amor, sobretudo aos pobres e esquecidos".
Não apenas São Francisco emergirá como inspiração para o público. Figuras como a de Santa Clara, interpretada pela jovem atriz Any Maia, de apenas 17 anos, igualmente deve fazer com que a plateia volte para casa diferente, afeita à ternura.
"Foi uma preparação muito especial. Procurei conhecer mais sobre a vida de Santa Clara, entender sua fé e doçura. Acho importante levar para o palco essa simplicidade e, ao mesmo tempo, a força que ela tinha", explica a artista. Responsabilidade e emoção, assim, andam juntas nesse ofício de disseminar ao mundo ensinamentos tão verdadeiros e essenciais.
"Acho que o espetáculo vai tocar muito o público porque fala de fé, amor e entrega. A história de São Francisco é inspiradora, e as pessoas se identificam com esse jeito verdadeiro e humano dele".