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Direita recorre à militância e marca ato para outubro enquanto vê anistia esfriar no Congresso
Radio 27/09/2025 14:52 Fonte: O TEMPO Por: O TEMPO Relevância: 15

Direita recorre à militância e marca ato para outubro enquanto vê anistia esfriar no Congresso

BRASÍLIA - A direita recorreu à militância e marcou para 7 de outubro uma passeata para pressionar o Congresso Nacional para aprovar uma anistia em benefício do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por golpe de Estado.
A mobilização nas redes sociais começou a se intensificar nessa sexta-feira (26/9) com a participação de personagens importantes para a direita, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP). A articulação ocorre enquanto a pressão pela anistia esfria no Congresso Nacional.
A condenação de Bolsonaro pelo Supremo no início de setembro deu fôlego às cobranças pela anistia, enquanto líderes da direita construíam a articulação necessária com o centrão para aprovar o perdão criminal. O apoio da direita à proposta de emenda à Constituição (PEC) da Blindagem entrou no cálculo e garantiu a aprovação da urgência da anistia.
Votado no dia 17, o regime de urgência acelera a tramitação do projeto de lei (PL), dispensando-o da análise nas comissões. O rumo do debate, entretanto, não agrada bolsonaristas. A primeira reclamação se deve à escolha do deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como relator da matéria.
A segunda se justifica pelos sinais que o relator deu sobre o futuro da anistia. Paulinho descartou apresentar um parecer favorável à anistia ampla, geral e irrestrita. Ele trocou o apelido da proposta, substituindo o "PL da Anistia" por "PL da Dosimetria". A sugestão central do deputado federal é reduzir penas para os crimes praticados contra o Estado.
A mudança beneficiaria Bolsonaro, mas não livraria o ex-presidente da condenação aplicada pelo Supremo. Com trânsito entre ministros da Corte, Paulinho da Força se encontrou com as bancadas da Câmara nos últimos dias para coletar sugestões e apresentar o esboço de seu relatório. O texto não agrada nem à direita, nem à base.
A recente indisposição entre os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também contribui para esfriar o debate sobre a anistia. A avaliação nos bastidores do Congresso é que o texto só será colocado para votação no plenário da Câmara quando houver anuência do Senado.

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