
Musica
23/09/2025 16:30
Fonte: agazeta.com.br
Por: agazeta.com.br
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Da periferia ao palco com Mumuzinho: a história inspiradora do cantor Leozinho
Cantor capixaba Leozinho Crédito: Instagram/cantorleozinhoo
"Eu tenho muitas lembranças no Morro do Quadro: correria, brincadeira, bola... Joguei muita bola na ladeira perto de casa." É desse chão que nasce Leonardo Reis Silva Filho, o Leozinho, de 27 anos, hoje uma das vozes mais conhecidas do pagode capixaba em 2025. >
O menino que driblava a ladeira com a bola no pé aprendeu cedo que a vida também pede ritmo, disciplina e afeto. E quem deu o tom foi dona Terezinha, a avó que partiu em 2021, mas segue regendo a sua história. "Ela me fazia viver do jeito certo, me cobrava estudar todos os dias", lembra.>
O encontro com a música veio como destino, quando um amigo levou um cavaquinho para a escola. A curiosidade virou vontade, e a vontade virou caminho. Aos 12 anos, Leozinho desceu até a Vila Rubim e descobriu, em uma galeria na parte alta do mercado, o projeto social Tocando na Vila. >
O fundador Renato, há duas décadas, insiste em um princípio simples e poderoso: criar vínculo com a arte para abrir portas que a vida nem sempre oferece. "Tudo começou com uma menina prestes a cair na criminalidade. A ideia era dar um rumo na vida com a música", conta.>
Leozinho entendeu imediatamente. "Aprendi principalmente o que não está na pauta musical. O momento mais importante da minha vida ali foi a formação como pessoa: ser honesto, ser bom".>
Quando a necessidade apertou, a mãe pensou em tirá-lo da escola para trabalhar e ajudar em casa. Mas o professor Renato não deixou. Pouco depois, o próprio projeto o acolheu como estagiário. O primeiro salário virou apoio em casa, mas claro, com o compromisso de seguir estudando, tocando e devolvendo o que recebeu.>
Depois vieram os primeiros grupos de pagode, as festas pela Grande Vitória, os palcos improvisados, a vida real de quem carrega instrumento em ônibus e aprende a ler plateia no olhar. Vieram também os primeiros singles na carreira solo, os convites para participações especiais e a chance de se provar diante de públicos maiores. >
Em uma noite inesquecível, o cantor Mumuzinho chamou o capixaba ao palco em Vitória. Leozinho cantou, chorou e fez chorar: o tipo de apresentação que não vira só vídeo, e sim ponto de virada. Teve até resenha nos bastidores.>
Mas antes de falar de sucesso, é preciso entender o peso que ele carrega. Em 2023, Leozinho perdeu o tio, de forma violenta. E há 22 anos, perdeu o pai para as drogas. São cicatrizes que o sucesso de hoje em dia não apaga.>
Entre um plantão de ensaio e outro de fé, ele faz da apresentação um rito de cura, tanto para si, quanto para quem escuta. Não por acaso, há uma canção que conta sua história, parceria com Igor De Boni: cada verso, um pedaço de morro, de saudade e de futuro.>
Se o palco é celebração, o bastidor é método. Leozinho afina repertório, estuda referências, grava, regrava, busca caminho autoral sem abrir mão da tradição do pagode romântico. Naquele estilo que conversa de igual para igual com quem passa perrengue na semana e quer respiro no fim de semana. >
Quando canta, Leozinho leva junto a voz da avó que exigia caderno aberto, o olhar do professor que segurou sua mão, a confiança da mãe que resistiu, a vizinhança que aplaude da calçada. Hoje, quando a luz do palco acende e o cavaco chama, o menino da ladeira devolve ao mundo, em samba e sorriso, tudo o que o mundo tentou tirar.>
"Eu tenho muitas lembranças no Morro do Quadro: correria, brincadeira, bola... Joguei muita bola na ladeira perto de casa." É desse chão que nasce Leonardo Reis Silva Filho, o Leozinho, de 27 anos, hoje uma das vozes mais conhecidas do pagode capixaba em 2025. >
O menino que driblava a ladeira com a bola no pé aprendeu cedo que a vida também pede ritmo, disciplina e afeto. E quem deu o tom foi dona Terezinha, a avó que partiu em 2021, mas segue regendo a sua história. "Ela me fazia viver do jeito certo, me cobrava estudar todos os dias", lembra.>
O encontro com a música veio como destino, quando um amigo levou um cavaquinho para a escola. A curiosidade virou vontade, e a vontade virou caminho. Aos 12 anos, Leozinho desceu até a Vila Rubim e descobriu, em uma galeria na parte alta do mercado, o projeto social Tocando na Vila. >
O fundador Renato, há duas décadas, insiste em um princípio simples e poderoso: criar vínculo com a arte para abrir portas que a vida nem sempre oferece. "Tudo começou com uma menina prestes a cair na criminalidade. A ideia era dar um rumo na vida com a música", conta.>
Leozinho entendeu imediatamente. "Aprendi principalmente o que não está na pauta musical. O momento mais importante da minha vida ali foi a formação como pessoa: ser honesto, ser bom".>
Quando a necessidade apertou, a mãe pensou em tirá-lo da escola para trabalhar e ajudar em casa. Mas o professor Renato não deixou. Pouco depois, o próprio projeto o acolheu como estagiário. O primeiro salário virou apoio em casa, mas claro, com o compromisso de seguir estudando, tocando e devolvendo o que recebeu.>
Depois vieram os primeiros grupos de pagode, as festas pela Grande Vitória, os palcos improvisados, a vida real de quem carrega instrumento em ônibus e aprende a ler plateia no olhar. Vieram também os primeiros singles na carreira solo, os convites para participações especiais e a chance de se provar diante de públicos maiores. >
Em uma noite inesquecível, o cantor Mumuzinho chamou o capixaba ao palco em Vitória. Leozinho cantou, chorou e fez chorar: o tipo de apresentação que não vira só vídeo, e sim ponto de virada. Teve até resenha nos bastidores.>
Mas antes de falar de sucesso, é preciso entender o peso que ele carrega. Em 2023, Leozinho perdeu o tio, de forma violenta. E há 22 anos, perdeu o pai para as drogas. São cicatrizes que o sucesso de hoje em dia não apaga.>
Entre um plantão de ensaio e outro de fé, ele faz da apresentação um rito de cura, tanto para si, quanto para quem escuta. Não por acaso, há uma canção que conta sua história, parceria com Igor De Boni: cada verso, um pedaço de morro, de saudade e de futuro.>
Se o palco é celebração, o bastidor é método. Leozinho afina repertório, estuda referências, grava, regrava, busca caminho autoral sem abrir mão da tradição do pagode romântico. Naquele estilo que conversa de igual para igual com quem passa perrengue na semana e quer respiro no fim de semana. >
Quando canta, Leozinho leva junto a voz da avó que exigia caderno aberto, o olhar do professor que segurou sua mão, a confiança da mãe que resistiu, a vizinhança que aplaude da calçada. Hoje, quando a luz do palco acende e o cavaco chama, o menino da ladeira devolve ao mundo, em samba e sorriso, tudo o que o mundo tentou tirar.>