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Bolsonaristas oscilam entre ignorar telefonema e dizer que Lula cai em armadilha de Trump
Radio 06/10/2025 23:46 Fonte: agazeta.com.br Por: agazeta.com.br Relevância: 15

Bolsonaristas oscilam entre ignorar telefonema e dizer que Lula cai em armadilha de Trump

BRASÍLIA E CURITIBA - Bolsonaristas reagiram de formas distintas sobre o telefonema entre os presidentes Lula (PT) e Donald Trump na manhã desta segunda-feira (6), e parte do grupo preferiu ignorar a conversa entre os mandatários.>

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) citaram o "fator Rubio" ao insistirem que Trump age estrategicamente para ao final das negociações fazer um cerco a Lula.>

Na conversa, Trump designou seu secretário de Estado, Marco Rubio, para negociar com as autoridades brasileiras, de acordo com o Planalto.>

"Trump deixou Marco Rubio, o secretário mais ideológico, para seguir as negociações das tarifas, um recado direto ao Planalto", publicou Sóstenes.>

Eduardo seguiu linha semelhante. "O Secretário Rubio conhece bem a América Latina. Sabe muito bem como funciona [sic] os regimes totalitários de esquerda na região. Ele não cairá nesse papo furado do regime, de independência de um judiciário aparelhado. A escolha do Presidente [Trump] só complica o regime de exceção. Golaço!", escreveu Eduardo Bolsonaro em uma rede social no final desta tarde.>

"A esquerda sabe que não foi uma vitória. Mas para seu público de fanáticos eles tentarão emplacar as suas narrativas fantasiosas", continuou o deputado.>

Já o presidente da Comissão de Relações Exteriores na Câmara, o bolsonarista Filipe Barros (PL-PR), afirmou ter outra visão. Segundo ele, a escolha por Rubio é natural e "não surpreende ninguém".>

"É o papel natural do secretário de Estado norte-americano -quem entende minimamente de diplomacia sabe disso", disse Barros.>

Em seguida, Barros voltou a atacar o governo Lula. "O que surpreende, na verdade, é a total incompetência do governo Lula e do chanceler Mauro Vieira. Desde a vitória de Trump, o máximo que o Itamaraty fez foi mandar uma cartinha de parabéns", afirmou ele.>

Outros bolsonaristas, como Fabio Wajngarten, minimizaram o telefonema. "A mera ligação entre chefes de estado que pensam e atuam de maneira absolutamente contrastantes não quer dizer absolutamente nada", afirmou ele, que foi secretário de Comunicação da Presidência no governo Bolsonaro.>

"Passados 10 meses para esse contato de hoje, somente evidencia o quanto a política externa atual é retrógrada, lenta e sem nenhuma tecnicidade", continua ele.>

Outros aliados de Bolsonaro ainda não fizeram manifestações públicas sobre o episódio e preferiram gravar vídeos de apoio ao ato "caminhada pela anistia", previsto para as 16h desta terça-feira (7), em Brasília, entre a Catedral e o Congresso Nacional.>

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que a anistia é a pauta prioritária e que "a gente precisa colocar pressão" na Câmara e, depois, no Senado. "A gente está na reta final", convocou o bolsonarista.>

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também fez um vídeo em frente à casa de Jair Bolsonaro em Brasília, onde o ex-mandatário cumpre prisão domiciliar, na tarde desta segunda. "A gente está na iminência de conseguir pautar o projeto da anistia na Câmara. Precisamos da força de vocês mais do que nunca", disse ele, ao convocar para o ato.>

Sobre o telefonema, Lula disse ter pedido que Trump retire o tarifaço imposto pelo republicano ao Brasil. Trump classificou como ótima a conversa e disse que pode ir ao Brasil em algum momento.>

O nome do ex-presidente Jair Bolsonaro não foi mencionado no diálogo, de cerca de 30 minutos.>

"Nós tivemos uma ótima conversa e vamos começar a fazer negócios", disse Trump na tarde desta segunda. "Em algum momento, eu iria ao Brasil. E ele virá aqui. Estamos conversando sobre isso", afirmou, ao conversar com jornalistas no Salão Oval da Casa Branca.>

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